Fracassos épicos de 2019: costura e crochê
Todo mundo erra, mas ninguém conta nas redes sociais (rsrsrs)
Recentemente recebi uma mensagem de uma moça, comentando que ela se sentia frustrada com suas costuras por conta dos erros durante o processo, e que de alguma forma ela se animava ao me ver costurando e finalizando roupas.
Foi bom ouvir que eu motivo alguém, mas a realidade é: eu também erro, e não é pouco.
Se a indústria têxtil um dia dependesse somente das minhas burradas, ela já estaria riquíssima de tanto pano que jogo fora!!! 😂😂😂
Erros no cálculo da modelagem e fazer a coisa com pressa são a maiores causas dos meus erros. Porém, como todo mundo, eu não faço propaganda disso. Como uso muitos moldes antigos, ou a descrição de como traçar...nem sempre os dados são precisos, e é aí que eu me lasco.
O resultado é frustração, raiva, revolta, tristeza, greve de sexo, dor e bruxismo...mas no outro dia me conformo e lá vou para outro projeto de novo! 😁
Como as conquistas vocês já conhecem, hoje eu vou postar só os fracassos. Deliciem-se com os tropeços dos outros (KKK) e tirem suas próprias conclusões.
(Aliás, as fotos também estão um fracasso e nem pus filtro nem nada. Tá tamo no caos meu bem, só vem pra esse bonde!)
O fracasso nº1 - Vestido Lutterloh de 1943
O projeto: um modelo de Lutterloh de 1943, que consegui com uma colega da República Checa com que troco Lutterlohs e outros sistemas de modelagem obscuros (cheguei a este ponto da vida 😂).
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| O azul, no caso. |
A tragédia: simplesmente cortei e ficou horrível! Na verdade, um pouco por culpa minha porque acho que errei alguma coisa no traçado. Por outro lado, o vestido tem muitos franzidos em áreas estratégicas, e no algodão cru do piloto (eu faço pilotos em 100% dos casos) o modelo ficou pesado.
Também tem o fato de que a teimosia me fez não traçar meu bloco usando o próprio sistema Lutterloh e, assim, bater o molde desse vestido com ele. Ou seja, bem feito!!!
Eu ainda vou tentar de novo, mas de um jeito mais eficiente rsrsrs
Resgatei essa foto de uma mensagem antiga que mandei pra minha colega tcheca, porque nem vestígios desse desastre eu tinha mais.
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| Tem algo de muito errado neste molde. |
O fracasso nº2 - Blusa de crochê de 1954
Essa foi um fracasso épico.
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| Só uma nerd vintage toparia fazer um trampo desse rsrsrs |
O projeto: uma blusa de 1954 que consta em uma das revistas Tricô e Crochê da minha coleção. É linda, única, apaixonante....A agulha é de 1,5mm e o ritmo de trabalho é lento. Porém o resultado é uma renda superleve e incrível. O chato só são umas florzinhas ao longo da gola e mangas que são enjoadas de fazer. No total, mais de 50 horas de crochê.
O fio: Mercer Crochet 40, o mais temido entre as crocheteiras do século XXI. É quase uma linha de carretel, muito fina mas resistente. Coisa que não se vê mais por aí porque todo mundo quer fazer maxi isso, maxi aquilo (aff rsrrss)
Início: julho de 2018 (portanto 1 ano antes da tragédia) e imaginando que a terminaria no Natal de 2018.
A tragédia: em agosto de 2019, faltavam umas 5 florzinhas pra terminar um total de 40 que já tinha feito no auge do desgosto 😂😂😂. Era fim de domingo e meu cônjuge ficou me perturbando para sair de casa, porque eu tenho que tomar um ar, vitamina D e blablablá. Fui à contragosto pra pracinha, mas o cheiro de xixi de gato(s) me impediu de ficar mais que 10 minutos lá. Só sei que no caminho de volta essas florzinhas desapareceram.
E eu não achei mais.
E eu fiquei uma semana chorando e xingando ele.
Mesmo assim, não pedi o divórcio. O amor prevaleceu (aparentemente).
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| As flores do capeta. |
Mas peraí, não terminei de contar ainda não!
Eu até me disponibilizaria a começar as florzinhas de novo SE, a blusa tivesse de fato ficado do tamanho correto. Ela não serviu. Eu calculei o molde errado. Eu engordei. Sei lá.
Fim da história.
O fracasso n°3 - Blusa de chiffon - Lutterloh 1950s
Isso não foi um fracasso, foi relaxo mesmo.
O projeto: uma blusa com bordado casa de abelha, de um dos livros Lutterloh da década de 1950.
A tragédia: Eu cortei com pressa, de qualquer jeito, sem usar pesos e papel de seda. E a maior burrada foi não ter cortado um piloto no algodão cru. Então, bem feito de novo!!!!
Na verdade, só entrei neste projeto pra tirar um pouco de tecido do meu estoque. Resultado, o tecido fino sambou na mesa, perdi as referências das marcações...fui viajar, esqueci qual parte era o quê....voltei, vi aquele monte de pano embolado.... somente decidi que com aquilo era impossível trabalhar.
Na verdade, só entrei neste projeto pra tirar um pouco de tecido do meu estoque. Resultado, o tecido fino sambou na mesa, perdi as referências das marcações...fui viajar, esqueci qual parte era o quê....voltei, vi aquele monte de pano embolado.... somente decidi que com aquilo era impossível trabalhar.
Também achei que a cor não batia muito com os anos 1950. Era um chiffon salmão que estava sobrando. Na verdade, eu só queria me livrar de tecido rsrsrsr
Ainda assim ela ficaria linda, e eu estava fazendo tudo com costura francesa (cheguei a costurar as laterais e ombros). Mas fica pra próxima.
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| PorQUÊ, meu Deus? |
O fracasso nº4 - Sutiã da década de 1940
Para quem leu o texto "Planejamento e Metas - Lingerie de 1940s", lembra que me propus a fazer um sutiã, uma calcinha e uma cinta baseados em um molde de 1948 do livro Corte Moderno, da Iracema Lemos. E olha....me desculpem os parentes vivos, mas a teoria do material é bem ruinzinha. Tive que usar um outro livro de suporte, da Maria Silvestre (amor!), porque a Iracema não foi muito didática.
O piloto do sutiã ficou LINDO. Aí cortei no tecido final, fiz toda a costura embutida...enfim, um dia inteiro.....Resultado, por um ÚNICO CENTÍMETRO (mentira rs), o sutiã deu errado.
Esse projeto eu quis queimar na fogueira de ódio.
Mas eu vou pegar ele de novo em 2020. Ele não vai me vencer assim tão fácil não!!!
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| Talvez preste pra alguém rs |
O que eu aprendi com estas derrotas
Aprendi a aceitar.
Errar faz parte da estrada. O problema é quando tem um pedágio justo neste caminho errado aí rsrsrs
Falando sério agora:
Errar faz parte da estrada. O problema é quando tem um pedágio justo neste caminho errado aí rsrsrs
Falando sério agora:
- não fazer as coisas com pressa: NÃO ADIANTA querer traçar o molde, corrigir o papel, cortar o pano, costurar, fazer barra ou caseado à mão, tudo num dia só. Vai sair uma maçaroca. Meu último vestido demorou cerca de 20 horas pra terminar, do começo ao fim, e saiu perfeito porque separei tudo em etapas e sem pressa.
- Costura histórica não é molde da Manequim: nem ponha na cabeça a ideia de que um vestido histórico tem só que cortar o molde ali, fechar duas pences, juntar cintura com a saia e fechar a barra, porque isto non ecziste. Na costura histórica DE VERDADE, são tantos detalhes e técnicas diferentes desde o princípio da modelagem, que primeiro é preciso dar uma sentada e estudar o que você vai ser feito (e ver se você já sabe fazer...caso contrário, reserve um tempo extra pra testar no piloto). Planejamento é fundamental para evitar lágrimas rsrsrs
- Não deixe a frustração durar mais que 24 horas: não fique chorando o falecido no dias seguinte. Ou recomeça do zero ou pega outro projeto ou fica de boa e ria de si mesma. Eu costumo escrever o que aprendi com cada peça. Assim percebo como fazer melhor da próxima vez: não foi tão ruim assim, saí menos burra no final 😂😂😂
Agora você que tá aí não fazendo nada, compartilha nos comentários os seus erros bizarros, as frustrações, os desalentos e etceteras que a costura, o crochê ou o tricô proporcionaram pra sua vida 😄😄 eu já contei os meus, agora acho bom você contar também 😈😈
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